As Azenhas do Mar é uma aldeia no litoral do concelho de Sintra,
freguesia de Colares. Desenvolvendo-se ao longo de uma ribeira/linha de
água que corre para o Atlântico e quebra as arribas da costa, e na qual
existiam azenhas (daí o nome), tem na base uma praia na qual existe uma
piscina oceânica.
Para além do pitoresco da paisagem natural,
existem nas Azenhas várias edificações de interesse, particularmente no
Estilo Português Suave, nomeadamente com azulejaria nas fachadas, como é
o caso da escola e a residência para o professor.
Presença em
todos os roteiros turísticos de Portugal, é atualmente local de segunda
habitação de muitos, sendo que a sua população residente se situa nos
800 habitantes. Tradicionalmente, para além da atividade de moagem, as
principais atividades eram a agricultura, com especial relevo para o
vinho e alguma pesca e recolha de mariscos (percebes e lapas).
Da memória das gentes do mar ficou devoção a Nossa Senhora do Mar, mas
sobretudo celebra-se São Lourenço, santo padroeiro da terra e protetor
da vinha, cuja procissão se realiza todos os anos em Agosto, fazendo fé
nos santos o povo carrega-os até à beira mar para a espetacular
"bênção".
O desenvolvimento das Azenhas como estância balnear
ocorreu em meados dos 30, quando a 31 de Janeiro de 1930, foi inaugurada
a linha do Eléctrico do Banzão até às Azenhas do Mar. Segundo a
tradição local, inauguração esteve envolvida em grande festa, com um dos
homens amantes da terra, o "Tota", a colocar o chafariz do Arcão a
deitar o famoso "Vinho de Colares".
Para a produção do Vinho de
Colares, cultivam-se nas Azenhas as uvas "Ramisco", que eram plantadas
em covas no solo de areia (para fazer os buracos, os agricultores
protegiam-se com cestas de vime em torno do buraco, não fosse uma
derrocada tirar a vida a alguém), para chegar ao barro húmido, covas que
chegavam a ter 10 e mais metros de profundidade, e era ai que colocavam
os bacelos para que dentro de anos começassem a brotar à superfície,
chegando esta fase teríamos que esperar mais uns bons 6 a 7 anos,
guiando com carinho a vinha rente à areia para que o calor da mesma
acelerasse a maturação das uvas, em vinhas viradas ao mar, em pequenas
parcelas de muros de pedra solta.
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